Movimentos e Seitas Judaicas
- David Lisboa
- há 3 dias
- 3 min de leitura

Ortodoxia, Movimento Reformista, os Karaítas… se esses nomes chamam a atenção de alguém e ele deseja entendê-los bem, certamente o livro Movimentos e Seita Judaicas é uma leitura obrigatória. Guiando o leitor por um caminho muito bem traçado, o livro explica com clareza as ideias e identidades que formam o Judaísmo como um todo.
Um dos pontos que devem ser mencionados, indispensavelmente, é o caráter expositivo e acadêmico da obra. Pensasse o leitor que, por se tratar de algo vindo de um movimento reformista sua dinâmica seria autocentrada e crítica aos demais, estaria caindo em grande erro! O oposto é a verdade! Temos uma exposição neutra e muito bem formulada dos assuntos apresentados. Realmente há mais páginas dedicadas ao último movimento citado, mas isso parece se dá muito mais pelo aspecto menos heterogêneo deste em vista dos demais. Por exemplo, o movimento ortodoxo possui diversos ramos e certamente a obra ficaria inviavelmente extensa se tratasse com detalhes cada um.
Dividido em capítulos e subcapítulos, o livro começa nos apresentando às etnias judaicas, a saber: Ashkenazim, Sefaradim e Mizrahim. Entendê-los é crucial para futura compreensão dos movimentos e ideias, quase todos provenientes da Europa. Isso posto, temos a seguinte divisão:
a) A Ortodoxia Judaica: conhecemos quem são os ortodoxos e a pluralidade de movimentos dentro deste segmento, como o intrigante Movimento Musar, com seu surpreendente crescimento e reviravolta, bem como os famosos Chassídicos. Sobre este último, ainda somos apresentado às suas dinastias, um conceito interessante e desconhecido a muitos;
b) O Judaísmo Conservador: nesta seção, aprendemos sobre o movimento que leva o mesmo nome, suas origens provenientes da separação do Movimento Reformista (por considerarem, na época, mais reformista que o ideal), além de seu caráter intermediário, entre tradicional e liberal, ortodoxo e reformista. Uma ideologia muito interessante mas que, choque-se o leitor, vem enfrentando declínio em seu número de seguidores.
Após estes pontos, seguimos com...
c) O Judaísmo Reformista: aqui conhecemos as origens europeias deste movimento e sua luta para se integrar à sociedade vigente, sendo fortemente influenciado pelo Iluminismo. O livro nos apresenta sua história bem como seus fundamentos. Algo que certamente chamará a atenção da pessoa leitora é saber que, por incrível ou contraditório que possa soar, o movimento reformista se tornou menos “reformador” ao longo do tempo. Por exemplo: a princípio, muitos eram críticos da circuncisão ou mesmo de se usar o hebraico na liturgia, coisas que foram sendo integradas ao movimento com o tempo;
d) O Judaísmo Reconstrucionista: somos expostos brevemente a este segmento. A justificativa é clara: trata-se de um movimento pequeno e distinto dos demais, que constituem os três pilares principais do Judaísmo;
e) O Judaísmo Karaíta: goste a pessoa leitora de fatos curiosos e daquilo que é disruptivo, certamente se deleitará nesta seção, onde conhecemos os karaítas, um grupo que se destaca por rejeitar as interpretações rabínicas convencionais e estabelecer claramente: “Seguimos apenas o Torá escrita e a interpretamos tal e como está escrito”, ao menos assim se supõe, pois, como cita o livro, os karaítas interpretam certas passagens bíblicas como simbólicas;
f) A Kabbalah- A Mística Judaica: o livro finaliza com uma breve exposição deste lado místico do Judaísmo.
Em conclusão, a obra Movimentos e Seitas Judaicas realiza, com virtude, seu propósito de introduzir o Judaísmo ao candidato à conversão, ao curioso e ao acadêmico, que buscam conhecê-lo sem pessoalidades e achismo, mas com fundamentos acadêmicos bem estruturados.
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