Manual judaico: instruções para conversão, bar mitzvah & bat mitzvah
- David Lisboa
- 21 de jul.
- 2 min de leitura

O livro Manual judaico: instruções para conversão, bar mitzvah & bat mitzvah nos conduz pelo universo judaico de modo sucinto e assertivo. Ao princípio da obra, nos deparamos com um questionamento: ser judeu significa ter uma religião, pertencer a um povo ou ser uma nação? Deste questionamento, temos uma definição do conceito de povo que, segundo o autor, é um grupo de indivíduos que compartilha de uma língua, história, tradições, valores, símbolos, destino histórico, preceitos e um território em comum. A partir disso, somos conduzidos por cada um desses elementos e conhecemos como estes se manifestam no meio judaico, deixando claro que ser judeu se trata de pertencer a um povo.
Nos primeiros capítulos e subcapítulos em que a obra é dividida, nos deparamos com uma exposição sobre a língua hebraica, defendendo seu aspecto coletivo que é compartilhado por todos os judeus durante suas orações e liturgias, mesmo que não seja utilizada como idioma no dia a dia da maioria. É muito interessante conhecer que, por muitas vezes na história, alguns judeus buscaram desvincular-se dessa língua, como forma de tentar se integrar melhor aos países em que viviam, almejando escapar de preconceitos e limitações impostas por aqueles. Neste contexto, temos a valorização do Yiddish, por exemplo, língua que mescla várias outras como alemão e hebraico, falado por algumas comunidades judaicas. Porém, apesar desses esforços, o hebraico seguiu sendo o idioma em comum do povo israelita, que os unia independente do lugar onde estavam, chegando ao seu apogeu com a constituição do Estado de Israel, quando foi definida como a sua língua oficial.
Além disso, o livro destaca símbolos, festividades e cerimônias judaicas, desde Pessach, a Páscoa Judaica de origens bíblicas, até a cerimônia de bar mitzvah, que celebra a entrada na vida adulta de meninos de 13 anos. Aqui, ainda somos conduzidos às noções de ciclo da vida, compreendendo que para o judeu os momentos mais importantes da vida são Nascimento, Passagem à Vida Adulta, Constituição de Família, findando-se com a morte. Obviamente que há muitos outros aspectos entre cada um destes momentos, como a Brit Milah, circuncisão pela qual o bebê menino passa aos seus oito dias de vida, como forma de estabelecer e confirmar o pacto que Deus fez com Abraão, bem como as diversas festividades que buscam criar nos indivíduos um sentimento de pertencimento ao povo, através de diversas simbologias e ações.
Na sequência, aprendemos ainda sobre a identificação dos judeus com Israel, como a Terra Prometida, a qual consideram sua nação, mesmo que residam em outros países. O autor destaca a sua importância e relata a necessidade de sua existência para o bem do povo judeu, vítima de muitas perseguições ao longo da história, como a mais recente no século XX: o Holocausto.
Por toda a obra, cujos capítulos são curtos, o que gera uma leitura leve, conhecemos importantes autores, obras e termos caros ao judaísmo, que são destacados e explicados em pequenos parágrafos com gravuras nas laterais das páginas nas quais são mencionados.
Enfim, esta obra é indispensável para todo aquele que se questiona sobre O que é ser judeu? e que busca saber o porquê de cada elemento, cerimônia e ritualística que está presente na vida desse povo.
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